Projetos de Pesquisa

Cemitérios: lugar de dor, de luto e memórias paisagísticas

O projeto, coordenado pelo Prof. Rubens de Andrade, se destina ao estudo de lugares dedicados aos ritos de consagração e celebração da memória dos mortos no desenho da paisagem da cidade contemporânea, a partir de uma perspectiva histórica, sócio espacial e paisagística. Serão estudadas paisagens in situ e in visu de cemitérios, memoriais e espaços dedicados a uma gama de manifestações inscritas ao universo ritualístico funerário. As pesquisas recairão na análise da cultura material e imaterial, produzida a partir das relações da sociedade com espaços, cuja, aparência concreta e simbólica, inscreva-se ao signo da finitude humana, ou seja, da morte. Nesse sentido serão considerados aspectos paisagísticos dos cemitérios, memoriais, construções religiosas (recintos sagrados) e hospitais (capelas) ? o projeto, os jardins, a arte tumular, a arquitetura cemiterial ? inscritos ao cotidiano da cidade do Rio de Janeiro. As relações aqui estabelecida oferecem um campo epistemológico ampliado para explorar processos e fenômenos que se instituem nos espaços ritualístico instituídos ao longo da história da cidade. Na obra A cidade na história, suas origens, transformações e perspectivas, Lewis Munford afirma que desde a gênese da cidade a ideia da morte é algo presente quando propõe que a cidade dos vivos é decorrência da cidade dos mortos afinal, ou seja, os mortos foram os primeiros a ter uma morada, um espaço, onde o grupo que enterrava seus mortos, provavelmente, retornavam a intervalos regulares (MUNFORD, 2002). Dentro dessa perspectiva, poderíamos supor que estejamos mais próximos dos antigos egípcios do que imaginamos. A cidade contemporânea continua a conviver com a morte e esse é um fato concreto e irrefutável. Contudo, ao que nos parece, ela está restrita à locais dedicados a ritos cerimoniais ou, muitas vezes, fazem-se presentes no cotidiano urbano de um modo espetacular através dos meios de comunicação. Esses canais não apenas amplificam tais informações no cyber espaço, como também, mitigam nas diferentes esferas sociais, a ideia que a sociedade vive um dos seus momentos históricos mais violentos. No entanto, esse fato não deve ser considerado uma verdade absoluta, afinal, quando se pensa em traçar quadros comparativos entre a violência hoje e, por exemplo, a violência no século XVIII, é mais provável que naquele período a cidade é um lugar mais perigoso de se viver. Na prática, todos esses elementos oferecem parâmetros para ler e interpretar a cidade através da perda de vidas humanas ou de inumanos. 

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